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As Igrejas da Bíblia: Seriam elas aceitas por Jesus hoje? Uma análise polêmica e necessária
- Saviva
- 12 de set.
- 3 min de leitura
Quando lemos o Novo Testamento, especialmente o livro de Atos e as cartas apostólicas, encontramos registros de várias igrejas locais que marcaram a história da fé cristã. Corinto, Éfeso, Filipos, Tessalônica, Laodiceia, Esmirna e tantas outras são citadas com suas virtudes, desafios e pecados.
Mas surge uma pergunta provocativa: se essas igrejas existissem hoje, seriam aceitas por Jesus ou também receberiam advertências severas? A análise das igrejas bíblicas revela não apenas um retrato do passado, mas também um espelho para as comunidades cristãs atuais.
A Igreja de Jerusalém: a chama do início
A primeira igreja surgiu em Jerusalém, logo após Pentecostes (Atos 2:42-47). Ela era marcada por simplicidade, comunhão, oração e partilha de bens. Havia unidade, poder do Espírito e crescimento explosivo.
Entretanto, com o tempo, enfrentou problemas internos, como a murmuração na distribuição de alimentos (Atos 6) e perseguições externas. Jerusalém nos lembra que nenhuma igreja é perfeita, mas a essência da fé está na comunhão viva com Cristo.
A Igreja de Corinto: dons espirituais e escândalos
Talvez a igreja mais parecida com as de hoje. Corinto era uma cidade comercial, plural e moralmente corrompida. A comunidade cristã dali se destacou pelos dons espirituais (1 Coríntios 12), mas também ficou marcada por divisões, imoralidade sexual, disputas internas e vanglória.
Paulo precisou exortar duramente os coríntios: não basta ter dons, é preciso ter amor (1 Coríntios 13). A polêmica é clara: quantas igrejas atuais, cheias de movimentos, não repetem o mesmo erro?
A Igreja de Éfeso: verdade sem amor
Como já vimos, Éfeso foi uma igreja sólida na doutrina, mas Jesus apontou o problema central: perderam o primeiro amor (Apocalipse 2:4).
Isso levanta um alerta atual: é possível ser firme na teologia e ainda assim estar espiritualmente frio. Igrejas que sabem combater heresias, mas perderam a compaixão, vivem o drama de Éfeso.
A Igreja de Laodiceia: a mornidão que enoja a Cristo
Entre todas as igrejas citadas em Apocalipse, Laodiceia é a que recebeu a advertência mais dura: “Não és frio nem quente... estou a ponto de vomitar-te da minha boca” (Apocalipse 3:16).
Laodiceia simboliza uma igreja rica em bens materiais, mas pobre em espiritualidade. Não lhe faltava estrutura, mas sim fervor. Não é difícil enxergar paralelos com muitas comunidades de hoje, que vivem de aparência e status, mas sem vida no Espírito.
Outras igrejas citadas
Filipos: lembrada pelo amor e generosidade. Uma igreja que se tornou parceira de Paulo na obra missionária.
Tessalônica: exemplo de fé perseverante em meio à perseguição.
Esmirna: elogiada por Jesus por sua fidelidade mesmo diante do sofrimento.
Pérgamo e Tiatira: igrejas que lutavam contra heresias, mas também toleravam pecados graves no meio do povo.
O que aprendemos com as igrejas bíblicas?
Essas comunidades nos mostram que a igreja nunca foi perfeita, desde os primeiros séculos já havia falhas, pecados e desafios. Mas também aprendemos que:
Jesus ama a igreja, mesmo imperfeita, e continua chamando ao arrependimento.
A correção faz parte da caminhada, Paulo e João não deixaram de exortar, e isso foi essencial para o crescimento espiritual.
Cada igreja é um retrato vivo da fé em seu contexto cultural. Corinto tinha desafios diferentes de Esmirna, assim como hoje uma igreja urbana enfrenta lutas diferentes de uma igreja rural.
Conclusão: Seríamos diferentes?
Se olharmos com sinceridade, veremos que muito do que foi vivido pelas igrejas bíblicas ainda acontece hoje. Temos dons sem amor (Corinto), ortodoxia sem paixão (Éfeso), riqueza sem espiritualidade (Laodiceia) e até perseguições (Esmirna).
A polêmica que fica é: se Jesus escrevesse uma carta para nossas igrejas hoje, o que Ele diria? Será que receberíamos elogios ou advertências?
Talvez a resposta esteja em reconhecer que a igreja verdadeira é chamada a viver em constante arrependimento, amor e dependência do Espírito Santo. Só assim deixaremos de repetir os erros do passado e nos tornaremos uma comunidade viva, saudável e fiel ao evangelho.
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